No calor da emoção durante o jogo entre Palmeiras e Botafogo, o cenário no Allianz Parque foi repleto de tensão e expectativa. O terceiro gol do Palmeiras, que parecia encaminhar a decisão das oitavas de final da Libertadores para os pênaltis, foi um momento crucial, mas também um exemplo da reação ponderada do treinador Abel Ferreira. Em uma situação que poderia ter levado qualquer treinador a explodir de alegria ou frustração, Abel se destacou por sua postura calma e controlada.
A Euforia no Allianz Parque
O Allianz Parque estava em frenesi quando Gustavo Gómez marcou o terceiro gol do Palmeiras. A torcida estava eufórica, acreditando que o time estava a um passo de levar a decisão para os pênaltis. No entanto, a reação de Abel Ferreira foi marcadamente diferente. Enquanto os jogadores e a torcida estavam em um estado de êxtase, Abel permaneceu sentado na área técnica, sem demonstrar qualquer forma de comemoração.
Esse comportamento não foi um acaso, mas sim uma reação baseada em experiências anteriores que moldaram a forma como o treinador lida com situações de alta pressão. A lembrança recente de um gol anulado pelo VAR, no jogo contra o Flamengo na Copa do Brasil, ainda estava fresca na mente de Abel. Naquela ocasião, mesmo após o Palmeiras ter tomado a dianteira com um gol que parecia garantir a vitória, a empolgação foi desfeita pela anulação do gol.
A Experiência com o VAR
O uso do VAR (sistema de árbitro de vídeo) tem sido um tema controverso no futebol, e Abel Ferreira é bem consciente de suas implicações. A experiência com o VAR não foi nova para o treinador, e ele já havia vivido a frustração de ter um gol anulado em um momento decisivo. Esse histórico fez com que ele mantivesse uma postura mais cautelosa, mesmo diante de uma situação que poderia ter sido um alívio para a equipe.
Durante o jogo contra o Botafogo, a decisão do árbitro argentino Facundo Tello de anular o gol por um toque de mão do zagueiro paraguaio demonstrou a importância de não se deixar levar pelo entusiasmo momentâneo. Abel, ao contrário de muitos, não se deixou influenciar pela agitação ao seu redor. Em vez disso, ele se concentrou em manter a calma e dar orientações aos seus jogadores.
A Reação de Abel Ferreira
Quando o gol foi marcado, Abel Ferreira fez questão de pedir calma aos seus jogadores. Sabendo que ainda havia um longo caminho a percorrer até o final da partida, ele sabia que qualquer reação precipitada poderia afetar o desempenho da equipe. A postura do treinador em permanecer agachado e com as costas voltadas para o árbitro durante a checagem do VAR mostra seu compromisso com a estratégia e a preparação mental, mais do que com a reação imediata ao evento.
O episódio ressalta a importância do controle emocional em situações de alta pressão no futebol. Enquanto a torcida e os jogadores podem ser tomados pela emoção, o treinador deve manter uma perspectiva equilibrada para garantir que sua equipe esteja preparada para enfrentar qualquer desafio, seja um gol validado ou anulado.
Conclusão
A reação de Abel Ferreira ao gol anulado no jogo contra o Botafogo ilustra a importância de uma abordagem madura e experiente no gerenciamento de momentos críticos em partidas importantes. A sua experiência passada com o VAR e a decisão consciente de manter a calma, mesmo quando o entusiasmo estava em alta, mostram a capacidade de um grande treinador de lidar com a pressão e orientar sua equipe da melhor forma possível. Esse equilíbrio entre emoção e razão é essencial para o sucesso em competições de alto nível como a Libertadores.
O episódio também destaca a natureza imprevisível do futebol, onde a habilidade de lidar com adversidades e manter a concentração pode ser tão crucial quanto o desempenho técnico em campo. Abel Ferreira, com sua atitude sóbria e focada, exemplifica como um treinador pode impactar significativamente a equipe, não apenas com suas estratégias, mas também com sua capacidade de manter a calma em meio ao caos.